Todo mundo odeia a Supervia!

É o cúmulo como o desrespeito e a irresponsabilidade de uma empresa podem chegar a esse ponto. Eu falo da Supervia, empresa concessionária dos serviços ferroviários no Rio de Janeiro, que desde 1998 (mal) administra a antiga Companhia Fluminense de Trens Urbanos (FLUMITRENS), em um processo ainda obscuro (ler Cabral, o PSDB e as privatizações no Rio).
Desde a privatização, não houve NENHUMA mudança positiva no transporte ferroviário. Enumero abaixo o que de pior a Supervia faz ou permite acontecer:

1)      Tarifa cara: o custo de R$ 2,90 é altíssimo diante do péssimo serviço oferecido pela empresa;
2)      Superlotação: até nos horários de menor movimento, em ramais como o Japeri e o Santa Cruz, a lotação chega ao limite;
3)      Atrasos: uma das causas da superlotação. De um tempo pra cá, a Supervia não divulga mais os horários fixos das viagens, e sim os “intervalos”. Mas, se não sabemos em qual horário o último trem passou, como saberíamos o horário do próximo? A grade “flutuante” da Supervia é uma piada;
4)      Trens sujos e com defeito: a imundície das composições é notória. Além disso, constantemente nos deparamos com trens com goteiras, lâmpadas e ventiladores quebrados, portas que não abrem ou não fecham, e quando são os poucos trens com ar condicionado, eles não funcionam ou não dão vazão, na maioria das vezes. E não são poucas as vezes em que as viagens param no meio do caminho, por causa de trens avariados;
5)      Falta de investimentos: a Supervia não investe no sistema, já que todo o investimento em compra de trens e reforma de estações é, incrivelmente, por parte do governo do estado. Então, para onde vai todo o lucro da concessionária?
6)      Falta de informações: relatei acima o absurdo da grade flutuante da Supervia. Muitas vezes, somos informados de trens com intervalos irregulares ou de estações fechadas depois que pagamos a passagem, através do sistema de alto-falantes da empresa;
7)      Truculência: quem não se lembra dos passageiros sendo chicoteados na estação de Madureira por seguranças da empresa, ou como os passageiros que protestaram na Central do Brasil foram tratados? No Brasil, trabalhador que protesta é vândalo e vagabundo. Se fosse na França, seriam “militantes” conscientes, manifestantes, ativistas...;
8)      Falta de banheiros: o número de estações com banheiros é ridículo. Nem preciso falar muito;
9)      Problemas de acessibilidade: somente nas poucas estações reformadas pelo governo do estado é que os cadeirantes e idosos tem escadas rolantes ou elevadores a seu dispor. Diversas estações tem roletas apertadas, que não permitem que uma pessoa passe utilizando uma simples mochila nas costas;
10)    Horários de funcionamento: Acrescentaria o fato de que os horários de funcionamento são ridículos à noite, após às 21h e nos finais de semana. Se comparado ao metrô que, mesmo aos finais de semana e feriados e até às 0h, funcionam com uma periodicidade razoável, nesses horários o trem é praticamente inexistente. O morador do subúrbio distante não tem acesso à cultura, ao lazer, porque as distâncias às vezes são imensas para se percorrer de ônibus, e trem não há! (Contribuição do leitor Carlos Eduardo Barbosa).

Estes são apenas alguns problemas que os passageiros enfrentam todo dia nos trens da Supervia. Um governo sério, no mínimo, cassaria a concessão, e faria com que o serviço voltasse a ser administrado pelo estado, com o mínimo de decência na prestação dos serviços.
Peço que, ao ler este texto, passe ele adiante ao maior número possível de pessoas, para que, em coro, gritemos, nas ruas e nas urnas: FORA SUPERVIA! ESTATIZAÇÃO JÁ!

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