[Capítulo de livro] A representação dos negros no cinema brasileiro: análise crítica dos filmes "Independência ou Morte", "Xica da Silva" e "O Auto da Compadecida"

Imagem: Cinemateca Brasileira

Afetada por mais de trezentos anos de escravização, a população afro-brasileira continuou sofrendo, mesmo após 1888, com estereótipos racistas e falsos conceitos científicos que visavam reforçar a sua condição de exclusão social e marginalização, que ganhavam repercussão nos meios de comunicação, inicialmente na imprensa escrita. Ao longo do século XX, entretanto, outras modalidades de mídia desenvolveram-se e popularizaram-se, como o cinema, o rádio e a televisão. Controlados, em grande parte, por membros da antiga elite monárquica, estes veículos de comunicação atendiam aos interesses de sua classe, repercutindo muitos de seus valores e de seu comportamento cotidiano, o que incluía a reprodução e banalização de preconceitos raciais contra os indígenas e as populações de origem africana, no âmago de conceitos etnocêntricos e higienistas. Neste artigo, nos ocuparemos em analisar, no âmbito do cinema brasileiro, a influência deste pensamento, mesmo que despropositadamente, na representação de elementos negros, protagonistas ou não, em três produções de grande repercussão, realizadas em diferentes contextos históricos e apresentando propostas distintas: o épico Independência ou Morte (1972) e a comédia dramática Xica da Silva (1976), ainda sob a Ditadura Militar (1964-1985), juntamente com a comédia O Auto da Compadecida (2000), quando o Brasil já havia consolidado sua democracia. Por conseguinte, empregaremos conceitos como colonialidade, decolonialidade, etnocentrismo e raça no desenvolvimento de nossa análise.

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