Marina saindo do PV? Ruim pro PV!

Não é de hoje que acompanho o que acontece no Partido Verde. Quando comecei minha militância política, o primeiro partido para o qual foi convidado foi o PV, através de uma figura que à época (2003) era deputado estadual pela legenda. Declinei, por questões ideológicas, e logo após fiz a escolha pelo PDT.
De lá pra cá, muita coisa aconteceu. O PV, que só tinha como parlamentares Gabeira e Sirkis, cresceu, disputou eleições memoráveis (a "Onde Verde" em 2008), e no ano passado, com a ex-ministra Marina Silva como candidata à presidência, atingiu a incrível marca de quase 20 milhões de votos. "Agora o PV cresce", pensei. Lêdo engano.
A política brasileira fez mais uma vítima. A mídia vem anunciando há vários meses a briga interna no PV, protagonizada por José Luiz Penna, presidente do PV há 12 anos, e o grupo liderado por Marina, composto por Gabeira, Sirkis, dentre outros. A discordância é, obviamente, sobre o tempo de permanência de Penna à frente do partido, além de questões estatutárias, como o voto direto, a estrutura dos diretórios e a composição de diversas direções estaduais.
Um movimento foi lançado, a Transição Democrática, para levar adiante a mensagem do grupo. Foram derrotados. Marina anuncia a saída do PV em meio à troca de acusações sobre fisiologismo e infidelidade partidária entre os grupos. São coisas que não consigo entender, eu juro que tento, mas não consigo.
Sinceramente, quem é mais importante: Marina, que conquistou 20 milhões de votos em sua 1ª campanha presidencial, ou um "burocrata" que até ano passado era vereador em São Paulo? Com o episódio, o PV se mostrou um partido dominado por oligarcas, liberais/conservadores travestidos de independentes, além de outras figuras pavorosas da política nacional. Ruim para o PV, que perde a oportunidade de se firmar como um partido nacional, tendo em seus quadros uma liderença reconhecida como Marina Silva.
Mas dizer o quê? O mesmo aconteceu, acontece e vai continuar acontecendo, no PV e em outros partidos, pois é apenas um reflexo de um sistema político-eleitoral corrupto, falido e totalmente ultrapassado. Perspectiva de mudança? Difícil, muito difícil, mas não impossível. Exige desprendimento, ousadia, inteligência e muita, muita paciência...


 

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