Tarso, em São Borja (RS), assina decreto para celebrar Legalidade

Os 50 anos Legalidade, rebelião civil e militar liderada por Leonel Brizola em 1961 para garantir a posse do Presidente João Goulart, serão celebrados este ano no Rio Grande do Sul segundo o decreto assinado pelo governador Tarso Genro no dia 19/2 no Clube Comercial de São Borja, no interior gaúcho.  A programação alusiva à data será feita por comissão formada por várias personalidades por iniciativa da deputada estadual Juliana Brizola (PDT).
A meta é que, em 30 dias, a comissão proponha um calendário comemorativo, além da criação de carimbo, selo e atividades que serão realizadas na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul  e no Palácio Piratini. O chefe de gabinete do governador, Vinícius Wu, ressaltou a importância de resgatar um dos episódios mais marcantes da história do Estado e informou que material educativo sobre o tema será distribuído nas escolas, bem como aplicativos multimídia, além de outras atividades que a comissão ainda irá planejar.
A comissão será formada pelo presidente da Assembléia Legislativa  Adão Villaverde;  pelo jornalista Carlos Henrique Esquivel Bastos;  pelo advogado, Christopher Goulart;  pelos secretários estaduais da Educação, José Clóvis de Azevedo;  da Cultura, Luiz Antônio de Assis Brasil e de Comunicação, Vera Spolidoro;  além do Chefe de Gabinete do Governador, Vinícius Wu e mais os presidentes regionais do PDT, Romildo Bolzan Júnior, do PTB, Luiz Lara. Juliana Brizola também vai participar da comissão.
A deputada estadual  Juliana Brizola falou sobre a as comemorações que, para ela "envolvem o povo gaúcho na luta por uma causa e sua história e, principalmente, por mostrar que, naquela época, as pessoas não só se envolviam com a política, mas inclusive davam a vida por uma causa". Ao elogiar o governador, disse o quanto é significativo o Governo "estar em mãos de pessoas que compreendem a História e sabem o quanto é importante reverenciá-la".
Para o neto de João Goulart, Christopher Goulart, representante da família e do Memorial João Goulart, um dos objetivos das homenagens  é relembrar figura pública de João Goulart:
"Ele colocou em primeiro lugar o interesse da população brasileira, em detrimento do seu próprio interesse. Meu avô morreu com 57 anos, no exílio. A anistia foi uma obrigação da pátria, do Estado brasileiro, que reconheceu a luta dele. As comemorações são uma vitória e, fazer parte desta comissão, é consolidar parte valorosa da história do povo gaúcho".
Tarso Genro visitou o mausoléu de Getúlio Vargas, na praça em frente à Prefeitura, projeto de Oscar Niemeyer, acompanhado do vice-governador, Beto Grill, do prefeito da cidade, além de secretários estaduais. Tarso depositou flores e, em seguida, foi para o Clube Comercial, onde a comunidade aguardava para saber os detalhes das homenagens.
Depois, em visita ao Memorial João Goulart, na casa onde Jango morou em São Borja, o governador teve a oportunidade de rever todo o acervo histórico que compreende documentos, vídeos, fotos e peças pessoais do ex-presidente. Ainda no local, a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça entregou documentos históricos. Entre eles cópia do processo de anistia de Jango, viúva e filhos, e de Brizola e filhos, além de fotos e do ato de anistia de Jango e Brizola, que tiveram seus túmulos visitados após a solenidade, no cemitério local.
Em discurso, Tarso Genro destacou que a anistia de João Goulart foi assinada na conferencia da OAB, no Rio Grande do Norte, onde haviam cerca de 2,5 mil advogados, sendo aquela a maior realizada pela entidade depois do golpe de 64. “Ali encerrou-se um ciclo de injustiças contra João Goulart, importante na História brasileira, um homem que caiu por suas virtudes, não pelos seus defeitos”, afirmou, repetindo frase de Darcy Ribeiro.
Juliana Brizola também acompanhou a visita e, na oportunidade, ressaltou sua satisfação em receber a documentação referente ao seu avô, Leonel  Brizola. “Em nome da minha família, acredito que em um momento como este, chega-se à conclusão de que a luta valeu a pena, não foi em vão. Desde o governo Lula, agora com a presidenta Dilma e com o governador Tarso Genro, estamos retomando a luta que começou naquele período. Conquistar, sobretudo, a soberania nacional  e a libertação do povo – sempre foram as lutas de Leonel Brizola, um homem que acima de tudo amava os brasileiros e tudo fez, pensando nisto”.
Christopher Goulart destacou a alegria de vivenciar momento importante para a memória de seu avô. “João Goulart foi um líder, um pacificador, perseguido até à exaustão. Tive a honra de atuar nesse processo como procurador e advogado, representando a  família. Meu avô foi anistiado no maior ato público pós-morte concedido pelo Estado brasileiro e que teve como principal personagem o governador Tarso Genro, naquele momento Ministro da Justiça”.
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(PDT)

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