Há alguns dias, veio a público a polêmica envolvendo o livro "Rio for Parties", de Cristiano Nogueira, publicado pela SolCat. No livro, algumas informações sobre a cidade do Rio de Janeiro, e o tipo de gente que por aqui mora.Entre algumas dicas do livro, estão as seguintes: "tente pegar sua brasileira na praia" e "Tente começar a beijar o mais rápido possível".
Mais o que causou maior revolta foi a descrição dos tipos de mulheres:
Mulher Carioca: Estilo Britney Spears
* “Rio for parties” descreve os quatro tipos de cariocas: a “Britneys Spears” é “linda” e “filhinha de papai”, “normalmente são metidas. Esqueça elas”, recomenda o guia.
Mulher Carioca: Estilo Hippie/Raver
* Para a publicação, as “hippie/raver” são “mais divertidas, fáceis de se chegar, boas de papo, difícil de beijar, fácil de beber e se divertir com elas”;
Mulher Carioca com mais de 30 anos
* De acordo com o texto, “As com mais de 30 anos” gostam “de se divertir, dançar, beber e beijar. Trate ela com uma dama e elas o tratarão como um rei, talvez não esta noite, mas amanhã com certeza”.
Mulher Carioca: Estilo Popozudas
* As “popozudas” são “máquinas de sexo. Elas malham, vestem calças apertadas que entra no bumbum, pintam o cabelo de louro e fazem de tudo para ficarem lindas. Bom investimento, já que o motel é sempre uma possibilidade com estas gatas…se você também é sarado”.
O que me deixa espantado, é que o autor de tal palhaçada é um brasileiro, que conseguiu o que queria: aparecer. O livro simplesmente é uma brincadeira de muito mau gosto com o povo do Rio de Janeiro.
É a tentativa de vender a imagem da cidade, principal porta de entrada de turistas para o Brasil, como um local cheio de mulheres semi-nuas no carnaval, festas lotadas de mulheres rebolando até o chão, homens musculosos se exibindo... Mas... isso realmente acontece!
Discordo da atitude do autor do livro, mas não jogo toda a culpa nele. Um turista, ao assistir a TV brasileira, deve pensar isso mesmo. Vemos mulheres discutindo porque fizeram filme pornô sem a mãe saber, realities shows que induzem seus participantes a falar de assuntos picantes, reportagens com homens que aumentaram seus pênis, e por aí vai. Sem falar na época de carnaval: a Globeleza aparece peladinha, com apenas uma pintura sobre o corpo, em rede nacional. Modelos aparecem com microscópicos tapa-sexos, pit boys bombados circulam de tanguinha, o governo faz campanha pra que as pessoas façam sexo, mas com camisinha... Tem que fazer sexo consciente, né?
Chega a soar como irônia, mas é a mais pura realidade. Temos o direito de reclamar de quê? E o pior é que tem gente interessada nisso mesmo, que o Brasil pareça uma grande pocilga, onde reina a libertinagem, promiscuidade, corrupção e erotismo. E infelizmente, grande parte da população embarca nessa onda, e não estão nem aí.
Até quando seremos conhecidos APENAS como sendo o "País do futebol" e do Carnaval? E quando passaremos a ser o país da educação, da cultura, da responsabilidade, do desenvolvimento e do progresso? Até quando agiremos com uma mentalidade medíocre, de que temos mais que aproveitar mesmo, fazer tudo inconsequentemente, e que se dane as outras pessoas, que se dane o país e a imagem que ele tem lá fora? Sabem por que a Espanha está barrando brasileiros? Porque para eles, brasileira é prostituta e brasileiro ou é traficante ou vagabundo. Eles erram em generalizar, mas é o próprio Brasil, através de sua mídia e de parte considerável de sua população, que faz essa imagem no exterior.
Não quero fazer discurso conservador, muito menos reacionário, mas se quisermos ser um país de 1° mundo, temos que começar a agir como tal.
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